Thara Branca, Mãe dos Budas: Imagem: http://www.nepalesecrafts.com.au/thangka_and_painting.html
Toda vez que você pensa em mãe, pensa na mãe biológica ou na mãe de criação, ou então numa mãe espiritual, como Kuannon, Kuan Yin, Thara, Mãe Maria, Cibele, Pachamama, Géia ou Gaia que significa o mesmo que "Mãe Terra".
Vamos falar um pouco sobre a energia da Mãe Terra, a Grande Mãe.
Todos nós, sem excessão, depois de cerca de nove meses, mais ou menos, nascemos e nos deparamos com um mundo muito diferente daquele que estávamos acostumados no útero materno.
Lá, no útero, por um momento, vivemos dentro de um ambiente perfeito, de temperatura agradável, numa luz confortável, além de nos alimentar-mos sem esforço e podemos dormir tanto quanto quisermos. Um verdadeiro paraiso!
Nós sentimos esta experiência como algo maravilhoso em nossa existência, tanto, que buscamos incansavelmente recriar este paraiso novamente ao longo da nossa vida.
E, quando ficamos adultos tentamos reconstruir este espaço perfeito de muitas maneiras.
Podemos citar, por exemplo, os confortos contemporâneos como: ar-condicionado, hidromassagem, ou ainda camas enormes e colchões ultra-macios com cobertores elétricos que recriam um verdadeiro útero.
Então, deixando um pouco o conforto de lado, vamos pensar noutra situação que complementa esta sensação agradável, que é a noção de segurança.
Enquanto, estamos dentro do útero materno temos algo que é de extrema importância para nós, que é o sentimento de limite que por sua vez tende a gerar uma sensação de conforto e segurança.
A certeza da existência das paredes internas do útero, a certeza real daquele limite claro e concreto pressionando os nossos pés, mãos e corpo quando esbarram dentro da barriga materna, certamente geram um relaxamento e completude em todo o ser em desenvolvimento.
Aí, quando nascemos esta noção de limite é ampliado muitas vezes, justamente pela ausência dos mesmos, então, a falta de limites é muito sentida. A criança estica o corpo e já não sente mais as paredes do útero, até perder muitas vezes a noção de conforto, limite e segurança.
Vamos crescendo e quanto mais velhos mais vamos sentindo a ausência de algo, como se faltasse alguma coisa. É, como se estivessemos soltos no mundo, meio desconectados, sem raízes.
Ocorre que, quando nascemos, vamos nos acomodar em um outro útero, o útero dourado da Mãe Terra.
A Mãe Terra nos recebe, seus filhos e filhas, de maneira igual e nos dá tudo o que precisamos de sua cornucópia de bondade e abundância: roupas, alimentos, amigos e companheiros dos três reinos (mineral, animal e vegetal), além de nos alegrar e preencher o espírito e os sentidos com a sua beleza natural, feita de suas florestas, mares e montanhas em variações ao infinito.
Bem, se pudermos entender, que ao nascermos, recebemos uma iniciação a outro plano e que neste plano novo estamos em outro útero. Um útero dourado feito de energia vital, quase redondo, um tanto imenso e abundante de toda espécie de possibilidades.
Então, a partir do reconhecimento deste outro útero, o da Mãe Terra, poderemos traçar outros limites para o nosso bem -estar, que são de outra ordem que não apenas o do mundo físico.
Porém, estes limites não nos limitam, ao contrário nos libertam das necessidades da forma e também, libertam a mente da escassez e da carência do lugar perfeito fora de si.
Falo dos limites internos criados, que comungam com o mundo externo de maneira construtiva e co-criadora da realidade.
E, este outro sistema criado no campo da Alma é feito de novos parâmetros, que envolvem novamente os limites, o conforto e a segurança, que dialogam diretamente dos planos internos do ser aos planos internos da "Mãe Divina".
Após, a iniciação aos Templos Internos da Grande Mãe, nasce em nosso Ser a noção de solitude, que é um estado de paz consigo e com o mundo.
Então, a sensação de conforto volta e os sentimentos de apoio e segurança se fortalecem e nos reconectamos com o útero materno, através da conecção com a provedora, a Mãe, a Terra.
E, este estado de bem -estar se constitui de dentro para fora uma força que gera uma soltura aos pouco nos domínios maravilhosos da Mãe Terra.
Om Tare!