quinta-feira, 22 de março de 2012

Dharma...O livro de Ouro da Felicidade!

Flor de Lótus simboliza purificação, elevação e expansão espiritual.

Sobre o Dharma:
Segundo Sua Santidade o Dalai Lama na obra O Livro de Ouro da Felicidade, p.43, o Dharma significa levar disciplina a nossa mente!


Mas, como fazer isso? 


     Para começar precisamos aprender os mecanismos da meditação que são firmados no conhecimento, principalmente daqueles elementos que não devem fazer parte de nossa prática!  E, ao mesmo tempo devemos tornar claro  os elementos  essenciais para uma eficiente  dsiciplina da mente.

     Sabemos que lidar com a mente ou com os pensamentos não é algo fácil, por isso a nossa abordagem deve ser inteligente e eficaz.

    Ao longo deste desafio, de lidarmos com uma parte de nós tão sagaz e potencialmente tirana como a nossa mente, corremos o risco de nos apegamos a grupos e ritos, pretensamente orientadores de um processo de transformação, que mais  nos escravizarão do que nos  ajudarão a libertar-nos de nossas limitações e ignorâncias.

    Certamente, muitas vezes erraremos o caminho e nos apegaremos a métodos e maneiras pouco propícios ao nosso eficaz desenvolvimento. E, certamente, esta  busca torná-se nossa pior adversária, podendo nos levar a desvios e ações mundanas e até mesmo desastradas. Será necessário desenvolvermos o discernimento e o reconhecimento da mente clara.



Os Desvios do Caminho

    Sem querer e sem saber poderemos nos encher de artefatos e coisas que vão ocupar tempo e energia por demais do nosso ser, nos encaminhando para desvios cada vez maiores capazes de nos afastar de maneira séria de nosso propósito divino.

    Ás vezes, perde-se a noção real de que uma estátua é apenas uma estátua. E, isso ocorre quando empoderamos demasiadamente algo ou alguém, esquencendo-nos que um ser humano será sempre um ser humano e que um objeto sagrado é apenas um símbolo que serve para nos lembrar da existência do divino e que, na verdade, não é o divino corporizado e sim simbolizado.

    Lembro-me de uma história inesquecível que a Samvara Bodewig nos contou na ocasião do curso de aprofundamento na técnica do renascimento, Follow Up.  Ela nos narrou algumas passagens de sua experiência na organização da Multiuniversite de Poona, Índia. Um centro de meditação e educação transpessoal que agrega e divulga os ensinamentos do Osho.

   Ela nos lembrou que quando o Osho morreu houve uma grande cerimônia de cremação, que durou alguns dias e que muitas pessoas vieram à Poona, na Índia, para participar desta celebração.   

   Na ocasião, muitas destes sanyasis que vieram de lugares distantes queriam levar uma lembrança daquele momento tão significativo e comovente. Assim, a maioria que estava lá, pegou e guardou as cinzas da cremação, em vidrinhos e outros recipientes, para levarem com eles um pouco da energia do Osho.  
   
    Como não havia cinzas para todo mundo algumas pessoas tiveram a idéia de aumentar as suas cinzas com "estrume de vaca", seco e moído.

    Um tempo depois deste acontecimento, a Samvara foi convidada para visitar um ashram dedicado ao Osho. Era um lugar distante de Poona, mas já reconhecido e considerado um espaço de sanyasis voltado a prática dos ensinamentos do Osho. 

     Até aí tudo bem. Mas, como sabemos as curvas da estrada nos reservam surpresas. E o que aconteceu nesta visita de diferente foi que a Samvara vivênciou um fato surpreendente e até hilário, que acabou transformando-se  num grande ensinamento para ela e todos nós, certamente inspirado pelo próprio Osho.

     O caso é que chegando lá, ela presenciou algo que a fez tremer por dentro. Simplesmente, algumas pessoas curvavam-se diante do altar em adoração a  um vidrinho guardado dentro de uma caixa transparente. O pequeno vidro continha um pó que sería as supostas cinzas do Mestre Osho. 

     Mas, é claro que a Samvara sabia que aquelas cinzas não eram do Osho e sim merda de vaca moída e misturada as cinzas da pira funerária, pois as cinzas verdadeiras foram recolhidas antes pelos seguidores mais próximos, que estavam cuidando da cerimônia.

     É claro que as pessoas daquele lugar veneravam as cinzas no altar sem saberem que na verdade era "merda de vaca". Isso mesmo, adoravam merda de vaca! Eles adororavam adorar a merda da vaca e nimguém mais sabia como aquilo tinha começado.  


    Então, adorar "as cinzas do Osho no altar'  havia tornado-se um ritual que muitos comungavam como parte de suas práticas diárias de buscadores sanyasis.

    E, os ensinamentos do Osho naquele lugar havia transformado-se nisso: na merda da adoração da merda da vaca! - concluiu Samvara num misto de bom humor e sagacidade.

   Imediatamente,  nós que ouvíamos atentamente a  narrativa, caímos na risada. Era impossível não rir. Mas, com certeza não rimos de deboche e sim de espanto, alívio e alegria por termos a graça de sabermos que estaríamos prevenidos dali por diante:


    - Não cairíamos na tentação de adoramos as cinzas da bosta da vaca! Claro, acaso algum dia passássemos naquele lugar. Ufa!

     Eu sempre me lembro desta história e sei que foi a melhor maneira que a Samvara encontrou para nos ensinar uma abordagem clara e direta aos ensinamentos filosóficos do Osho.

    Penso que isso também serviu para desenvolver em mim a capacidade de discernimento em qualquer outra situação que me deparasse com a possibilidade de dar valor a coisa errada.

   Seja por ignorância ou ingenuidade muitas vezes adoramos a "merda da vaca' e esquecemos os verdadeiros ensinamentos dos verdadeiros mestres e educadores. Então, cuidemos para não ir adorando qualquer coisa dita sagrada por aí afora!

 
  O Espaço da Meditação

    No Budismo, por exemplo, a meditação é um ritual que envolve mudras, música, recitação de mantras, sessão de ensinamentos com professores qualificados, bem como o conhecimento de símbolos sagrados e expressões artísticas  como as pinturas de mandalas e outras manifestações que buscamnos ajudar a  atingir o estado búdico da mente iluminada.

  
    O símbolo tem valor  real ao nos conectar facilmente ao sagrado, como se fosse uma ponte ligando as duas margens opostas de um rio, porém quem se move e atravessa a ponte somos  nós e apenas e unicamente nós. 

    Vivemos de modo geral, de maneira linear, indo do passado para o futuro e do futuro para o passado; o tempo todo. E o presente?

    O presente não existe. E não existe simplesmente porque nossa mente está sempre ocupada com algo que já ocorreu ou que vai ocorrer levando a nossa atenção a nunca estar no presente, mesmo porque o momento presente é um lugar imóvel, inexistente, fugáz!

   Mas, num paradoxo bem humano podemos sim encontar o momento presente e a única maneira é através da meditação.

   A meditação é o único veículo que nos leva para o presente, para àquele lugar imóvel, sem pensamentos, repleto de não- ação, cheio de vazio. Um lugar capaz de nos inspirar a pausa criativa e a consciência da não- forma. É neste lugar que encontramos o espaço do presente, a manifestação e a compreensão do Tao.

     O tempo presente é um lugar parado, estático, meditativo. Estar neste lugar é abrir-se para a percepção da paz interior: um fenômeno único, natural e merecido. 

           A meditação serve para treinarmos  a  nossa mente de maneira mais disciplinada, tornando-a mais focada, serena e constante.

     Há muitas maneiras de nos disciplinarmos mentalmente sem  nos tornarmos pessoas rígidas e controladoras.

     A idéia aqui é que a qualidade da nossa vida interior melhore e que possamos alcançar a felicidade com mais facilidade e disciplina.



Fonte: http://www.studiogayatri.it/Lama%20Tashi%2004/Lama%20Tashi.htm
   Anote: A imagem acima representa o Buda Shakyamuni e no budismo aconselha-se a não ter figuras protetoras coléricas, caso não se tenha esta imagem junto ao seu altar de orações. 



Meditação no Budismo 

Mudra: concentração e visão


"O desenvolvimento de ilimitada benevolência universal para com todos os seres, que é chamada Metta-Bhavana, é de fundamental importância.



 Quando o budista se prepara para a meditação, primeiro purifica sua mente pela criação de pensamentos de amor e compaixão para todos os seres vivos, sem qualquer exceção, estejam perto ou distantes, sejam grandes ou pequenos, visíveis ou invisíveis, e ele dirige esses pensamentos a todos os quadrantes do Universo. 



Faz isso com compaixão e com altruísmo (alegra-se pelos conhecimentos e benefícios obtidos por outros) e, portanto, com equanimidade. 

Essas meditações são realizadas mediante pensamentos discursivos e, portanto, nos mais altos estados de compreensão. Essa prática dá calma, tranqüilidade, uma mente mais alerta e repousada e, assim, ajuda no que diz respeito à mais alta

prática do cultivo da Visão interior - Vipassana." 


DHAMMAPADA - CAMINHO DA LEI).


Leia o Sutra do Girar a Roda do Darma, ensinamento realizado no Parque dos Cervos, perto de Benares- Índia, nos  fala do Samyutta-nikaya, onde as Quatro Nobre Verdades são descritas por Sakyamuni, ( século VII a.C.):

" Nascimento é sofrimento, velhice é sofrimento, doença é sofrimento, morte é sofrimento." (Buda Sakyamuni)